sexta-feira, 30 de maio de 2014

CONTO: O CU (de B)



Tinha dezesseis anos e estava apaixonada por um homem mais velho, o E., hoje chego a rir desse meu pensamento, ele tinha apenas vinte e dois anos. No entanto na época eu o via assim, um homem mais velho. Era um menino, mas já trabalhava, fazia faculdade, curtia Jazz e Blues, citava Kerouak, tocava violão e me encantava enquanto cantava Frisson de Tunai. Amigo do namorado da amiga não foi difícil um dia por acaso ficarmos a sós, os quatro, numa viagem dos pais do namorado da minha amiga.
Almoço, bate-papo, música, piscina, beijo na boca, pau nas coxas… Quando menos percebi estava em um quarto, nua pela primeira vez em minha vida diante de um homem. Pela primeira vez vi um pau melar de tesão. Já havia sentido nas mãos, escondidinha nas esfregações noturnas com os namoradinhos, mas ver ali, à luz do dia era a primeira vez. O pau era grande e bonito. À minha frente com calma ele se tocava enquanto conversávamos, dava pra sentir meu nervoso no ar, ele foi paciente. Disse que curtia ver meninas se tocando e eu o fiz diante dele. Namoramos, beijamos muito, sua língua me desvendou e a minha a ele também. Foi o primeiro pau em minha boca, a primeira boca em minha xota, meu primeiro orgasmo acompanhada, mas… Eu era virgem.
(Para continuar lendo o conto, clique abaixo)


Virgindade que já me incomodava, mas eu havia sido criada acreditando que sexo era coisa para quem ama e eu não amava, tava apaixonada, mas daí a dar pro cara?! Já tinha estado apaixonada antes e nem por isso dei pra ninguém. Realmente acreditava que dar a xota, deixar de ser virgem, romper o hímen, fosse algo para um eleito. E apesar de todo tesão fui enfática: “Entrei e quero sair virgem desse quarto”, como se ele já não me tivesse descabaçado de diferentes formas aquele dia. Bobinha eu… Foi então que muito malandramente, ele disse que não tocaria na minha xota, mas ele estava doido de tesão por mim, e pelo menos o cu eu tentaria dar. E como eu estava mesmo cheia de tesão, aceitei. Vale lembrar que em 1986, a AIDS ainda era o câncer gay, Cazuza ainda estava vivo, e tudo o que a gente sabe sobre sexo e prevenção, ainda não rolava descarado na mídia.
Foi então que naquele quartinho dos fundos ele saiu por um instante, enquanto eu deliciosamente me masturbava empinando a bunda para ele ver quando voltasse. E quando voltou tinha um pote de manteiga nas mãos. Eu dei uma gargalhada e disse que manteiga era sacanagem, não era Maria Schnneider nem ele o Marlon Brando em O Último Tango em Paris. Rimos muito e serviu para relaxar um pouco. Me colocou de ladinho, massageou um pouquinho meu cu com os dedos melados e quando me sentiu mais relaxada colocou a cabeça do pau. Ele tinha um pauzão, como eu disse antes era lindo, grosso e cabeçudo. Encaixou aquela cabeçorra na entrada do meu cu e dava estocadinhas de leve, só que daí eu travei e começou a doer muito, tanto que eu não estava agüentando e comecei a implorar que ele parasse.
Acho que aquilo dava mais tesão nele, pois ele em determinado momento meteu o pau de uma vez só me arrombando toda. Soltei um grito e ele tampou minha boca abafando o barulho. Quase desmaiei de dor, não tive nenhum tesão, só dor. A lágrima escorria pelo canto do olho. Ele disse que era assim mesmo, ficou com o pau parado dentro de mim. Eu sentia meu cu estrangular o pau dele dentro de mim, enquanto ele de levinho tentava mexer um tiquinho para o pau não amolecer. Foi quando nós ouvimos um barulho de carro na frente da casa, e o namorado da minha amiga, que estava em outro quarto, deu uma batidinha na porta e disse que tinha pintado sujeira. Ele tirou o pau de uma vez só de dentro de mim e eu dei outro grito, sentido, dolorido. Vesti o biquíni rápido e ele foi para o banheiro, eu e minha amiga fingimos estar fazendo algo na cozinha e o namorado dela foi ver se eram os pais. Não eram! Rimos um bocado, mas ninguém teve mais clima pra nada. Meu cu ardia e latejava, pedi à minha amiga para olhar e ela disse que estava arreganhado, ria de mim. E tudo o que eu pensava é que nunca mais em minha vida daria ele novamente. Pra cara pauzudo ou de pauzinho, simplesmente ia apagar da memória que havia dado o cu e esqueceria aquela dor horrorosa.
Minha história com E. não foi adiante, mas reconheço que ele foi meu grande descabaçador, apesar de não ter me tirado a virgindade, pelo menos não da xota. Demorei muitos anos até tentar novamente, mais de dez, e nesse meio tempo experimentava de tudo, mas evitava o cu. Até que um belo dia eu conheci o F., um médico taradinho por xotas depiladas e cu, mas isso já é uma outra história pra contar!

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