O Hermógenes
Aragão abria a goela e mostrava os dentes podres:
— Pau pra cu
tem que estar tinindo! Pau pra cu não pode ter moleza!
Arrastava os
pés e continuava a derramar cascata no ouvido dos zé-manés que o ouviam
atentamente:
— Pau pra cu
tem que ser que nem badalo de sino! Encostou tem que fazer toin!
E ia contando
as suas aventuras de cu e bunda.
Fosse agente
acreditar e o Hermógenes tinha comido mais mulher que o rei Salomão, aquele da
Bíblia, que só num harém tinha dez mil virgens.
E o
Hermógenes revirava os olhos e ia dando a receita:
— Cu não se
canta! Cu se ajeita!
E sempre
havia uma dúvida na plateia:
— Se ajeita
como, seu Hermógenes?
— Na cama,
depois de comer a xavasca da dona, porque é de lei que a primeira foda tem que
ser na xoxota, a gente vai alisando a bunda da dona; vai passando a mão de
levinho, faz uma cosquinha aqui, faz outra cosquinha ali e, pra ir engabelando
a dona, não se pode esquecer de beijar o pescoço, as orelhas.
Dava uma
pausa pra conferir a assistência embasbacada e ia enfeitando o pavão:
— E também
não se pode esquecer de ir bolinando as tetas!
Franzia a
testa e fechava definitivo:
— Tesão de
mulher é nas tetas e em nenhum lugar mais, fiquem sabendo!
Depois
voltava à arte de comer cu em que havia se especializado:
— Bem alisada
a bunda da dona, agente vai pondo a perna direita em cima da bunda dela assim
como quem não quer nada. Vai esfregando a perna esperando o cacete se ajustar
numa forma durinha, porque eu já disse que pau pra cu tem que estar tinindo.
— Com muito
jeito, a gente vai procurando o cuzinho da dona com o dedo pra experimentar a
largura do dito cujo. Porque não sei se os amigos sabem, mas tem cu muito do
apertado e tem outros mais maneiros.
Filava um
cigarro e depois da tragada longa, abria outra vez a boca:
— Cu apertado
só se come com o ajutório de vaselina ou de óleo Johnson porque sem lubrificar
não há pau que entre. Se esfola inteirinho que fica uma semana imprestável.
Tragava outra
vez o cigarro e junto com a fumaça soltava os conhecimentos:
—
Experimentada a largura do cu e se sabendo que não precisa de lubrificante
nenhum, a gente vai dando um jeitinho com a perna esquerda apoiada na cama e
num vai-te já se encavala em cima da bunda da dona com a pica no ponto de
cumprir a sua obrigação.
E como sempre
restava dúvida na plateia, alguém vinha com a pergunta:
— E se a dona
não quiser?
O Hermógenes
dava uma alisada nos cabelos revoltos e punho a mão no ombro do perguntador.
— Que não
querer o que, meu filho! Quando dona der fé a pica já tá dentro e a desgraça já
tá pronta!
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