domingo, 23 de março de 2014

ALGUÉM AÍ QUER SER DEVORADO? (de Bosco Silva)



EM MEIO A ESCURIDÃO DE UM QUARTO, alguém digita no computador uma mensagem: “Alguém aí quer ser devorado?”
O homem por trás da mensagem é Armin Meiwes, um sujeito solitário de meia idade, que na infância teve o pai e os irmãos separados de sua vida; restando-lhe apenas a companhia da mãe, uma mulher dominadora e autoritária, que o oprimiria até a idade adulta. E com a morte desta, o lançaria no mais profundo abismo da solidão e da loucura.
Armin preso em sua solidão sonha em ter alguém como companhia, alguém com quem possa compartilhar suas brincadeiras infantis, seus sonhos, seus sentimentos mais íntimos de criança; que fosse tão próximo quanto um irmão. E inspirado no conto João e Maria, que sua mãe lhe contava antes de dormir, passou a acalentar, aos poucos, o desejo de devorar alguém. Pois só assim este alguém faria parte de seu eu, de sua carne, de sua vontade; seriam seres inseparáveis.
E como tantos outros dias, a espera por uma resposta parecia ser longa e interminável. Porém naquele dia algo novo finalmente aconteceria que daria sentido a sua vida. Alguém digita: “Espero que goste da minha carne”.
O homem do outro lado era Bernd Jürgen Armando Brandes, um alemão também de meia idade, que sonhava em ser devorado por alguém.
Bernd viaja para casa de Armin. O ritual macabro aos poucos iniciava-se...
Após se relacionarem sexualmente, Bernd deseja ser imediatamente esquartejado; porém seu desejo desagrada a Armin, que prefere conhecê-lo melhor antes de esquartejá-lo e devorá-lo. Mas Armin tenta concretizar um dos grandes desejos de Bernd: ter o pênis arrancado a mordidas. Mas Armin não consegue. Tenta com uma faca. Mas a faca está desamolada. O desejo pela dor é intenso... Finalmente, Bernd tem seu desejo saciado: a nova faca corta profundamente, decepando seu pênis. O qual grita extasiado de prazer e dor.
Em seguida, Armin apanha o pênis, frita-o em óleo, temperando-o com pimenta e  sal; ambos participam do macabro banquete. Mas Bernd não consegue comê-lo, pois sua parte está dura demais.
Após dopá-lo, por livre espontânea vontade, com tranquilizantes, Armin apunhala-o no pescoço, matando-o, após dar-lhe um último beijo; separando sua cabeça do resto do corpo.
Armin arrasta o corpo para a cozinha, pendura-o em um gancho de açougue. E retalha-o para os jantares e almoços dos dias que virão...
Na prisão, após ser pego, Armin diria:
A carne humana é semelhante a carne de porco, um pouco mais amarga e mais forte, mas deliciosa".


Armin Meiwes: "Que tal jantar em minha casa?"

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