Mulheres em várias partes
do mundo estão realizando uma prática sexual conhecida como “sexo seco”, que
não só as machucam, como também as deixam mais vulneráveis ao HIV.
A prática é feita para
reduzir a umidade de suas vaginas, dando mais prazer aos homens.
Além de causar cortes,
ferimentos e inflamação no órgão sexual feminino, a chance do rompimento da
camisinha é muito maior. Por conta disso, os riscos de doenças sexualmente
transmissíveis são maiores nessas mulheres.
O sexo a seco é,
geralmente, realizado em países das regiões Sul e Central da África, e na
Indonésia.
O ritual faz parte de uma
crença cultural, onde acredita-se que os homens vão rejeitar mulheres cujas
vaginas não sejam prazerosas o suficiente. Para atingir a secura, as mulheres
inserem giz, areia, rocha pulverizada, ervas, papel ou esponjas antes do sexo,
segundo o jornalista Ms Syfret, que noticiou sobre a prática na África do Sul.
Elas também costumam
lavar suas vaginas com detergentes, antisépticos, álcool e água sanitária.
Mulheres em Java, na Indonésia, até mesmo defumam suas vaginas ficando em pé
sobre ervas em chamas, apontam relatórios do LoveMatters. Em outras áreas da
Indonésia, é comum inserir um pedaço de pau em forma de charuto feito de uma
raiz da planta.
Enquanto documentos de
consulta da Organização Mundial de Saúde mostram que as autoridades mundiais
estão cientes que o problema existe, a maioria das pesquisas sobre o caso é
recorrente de décadas atrás e não há muitos números sobre a sua prevalência nos
dias atuais.
Um estudo de 2009
realizado na Zâmbia, mostrou como a prática do sexo a seco ajudou a espalhar o
vírus HIV. Cerca de dois terços das 812 mulheres entrevistadas tinham usado
métodos tradicionais do sexo seco em algum momento de suas vidas, e cerca de
metade ainda praticava.
Mas a relutância mundial
em discutir saúde sexual explica como a prática não foi debatida. "A maior
parte da informação disponível foi anedótica, especulativa ou inadequada -
principalmente por causa da relutância cultural para discutir ou investigar
questões sexuais pessoais", disseram os pesquisadores.
Da mesma forma, uma
especialista em saúde sexual e ativista na África do Sul, Dra. Marlene
Wasserman, conhecida como Dra. Eva, disse que a maioria das pessoas estão
cientes do problema, mas ele não é discutido, e não tem recebido atenção
suficiente do Governo do país.
Ela disse ainda que a
prática contínua de sexo seco mostra a falta de educação relativa à igualdade e
os direitos das mulheres na área. "É definitivamente uma questão de
classe. Basicamente, a reputação de uma mulher depende do tamanho de sua
vagina. Entre as mulheres que são menos informados e menos instruídas, há uma
ignorância incrível em torno dessa ideia".
A prática está enraizada
na cultura, passada entre gerações de mulheres, e a falta de informação sexual
colabora com o fato.
"Eu tenho feito uma
força-tarefa com a Associação Mundial de Saúde Sexual, e nós criamos a
declaração dos direitos sexuais - o direito ao prazer - e estamos realmente
levando isso adiante. As mulheres são surpreendidos quando conhece seus
direitos. Sabemos que 33 por cento das mulheres praticam e toleram a penetração
dolorosa. Isso torna-se parte do que eles conhecem por sexo”, disse Wasserman,
que também tem um programa de rádio que tenta acabar com os mitos sobre a saúde
sexual. Ela também organiza seminários para adultos, jovens e pais, a fim de
educar as pessoas sobre práticas sexuais saudáveis.
FONTE: dailymail.co.uk
FONTE: dailymail.co.uk
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