sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O BEIJO GREGO (de Douglas Zílio Coutinho)



O BEIJO GREGO
 “Nunca recebi um beijo grego” ela disse, enquanto se levantava e caminhava rumo à janela. Sentado na beirada da cama, acendi um cigarro paraguaio, e acompanhei seu corpo apetitoso se afastar. Era um senhor rabo. Horas antes de ser invadida, havia me confessado não gostar dele: “é tão grande, e eu tenho algumas celulites e estrias”. Cocei a barba e pensei na espécie de homem que deixa de invadir um paraíso daqueles por uma causa tão imbecil: de certo que entram numa piscina descendo pela escadinha. Não se tornou raridade encontrá-los pelas ruas. Às vezes penso que há uma conspiração por trás de tudo isso, uma ideia maquiavélica que, por anos, moldou homens sem peito. Incapazes de chupar uma boceta, de lamber um cu; que tocam punheta, segurando o pau com um guardanapo. Olhei, uma vez mais, aquele rabo gostoso. Levantei-me da cama e, ao me abaixar, afastei as bandas. Era possível se perder ali dentro - eu me encontrei.

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