CONTO: A NOVA FANTASIA (de Bosco Silva)

— O que serei hoje, meu bem? Médica? Empregada doméstica? Ou enfermeira, amor? — disse a mulher antes de tirar toda a roupa.

— Hoje, iremos fazer algo bem diferente. Você será um objeto, e eu um professor.

— Huuuum, um professor; que excitante! E de quê, amor?

— Geografia.

— Geografia, amor?! Mas pensei que fosse algo mais excitante, como um professor de economia, que me ensinaria  a apanhar o bruto, fazer o balanço e ficar com o líquido todinho! — disse a mulher enquanto rebolava até ao chão.

— Mas ficará bem excitante quando você souber do objeto que você será esta noite.
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— Hum... Com esse meu corpinho imagino que serei o quadro-negro, onde você passará seu enorme giz pelo meu corpo inteirinho.

— Não. Você será o mapa-mundi, onde eu irei ensinar os nomes dos países.

E dito isto, a mulher se deitou nua sobre a cama, enquanto ele se pôs a apontar com o dedo a região ao lado de uma de suas orelhas:

— Bem, aqui fica a suíça, com seus vales e montanhas frias.

E após beijar-lhe e lamber-lhe a parte que correspondia a Suíça, seguiu mais para baixo, pondo os dedos sobre o pescoço da mulher. E disse:

— Aqui é uma região estreita que uni a Europa ao Polo Norte. 
E após beijar-lhe e lamber-lhe o pescoço da mulher, seguiu ele mais para baixo. Tocou então com os dedos sobre os seios da mulher. E disse:

— Aqui fica o Tibet, com suas grandes montanhas; são as maiores montanhas do planeta!

E mais uma vez após beijar-lhe e lamber-lhe os seios seguiu para baixo. Pôs-se os dedos então sobre o abdome dela. E mais uma vez, disse:

— Aqui são os Países-Baixos ou Holanda; são compostos de pequenas ilhas, cercadas com um imenso mar ao redor. 
Porém, após beijar-lhe e lamber-lhe o ventre e o Umbigo, o homem foi, inesperadamente, interrompido pela mulher que já estava excitada e impaciente, que lhe disse:

— E aqui amor? — perguntou ela com os dedos entre as pernas.

 — Ora, ora, ora, aí só pode ser a República Tcheca.